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Uma História de Amor e TOC, de Corey Ann Haydu

01 junho 2018

Título: Uma História de Amor e TOC | Autora: Corey Ann Haydu | Ano: 2015 | Páginas: 316 | Idioma: Português | Editora: Galera Record

Nunca tinha lido um livro que falasse sobre TOC. Muito menos de uma forma romântica.
Bom, para quem não sabe, TOC significa Transtorno Obsessivo- Compulsivo e é considerado uma doença grave. Se caracteriza, algumas vezes, por pensamentos em excesso que podem levar a comportamentos repetitivos e crises de pânico ou ansiedade. E é isso que une nosso par romântico. Bea e Beck fazem sessões com a mesma terapeuta, Dra. Pat. E como se já não fosse coincidência o suficiente, os dois sofrem com transtornos de ansiedade e TOC.

" Uma História de Amor e TOC " é o romance de estreia da autora Corey Ann. Publicado aqui no Brasil em 2015 pela editora Galera      que é nada mais que uma parte voltada para literatura jovem      ou Grupo Editorial Record.

Não sou muito fã de astrologia ou destino ou Deus ou qualquer coisa desse tipo, mas é completamente bizarro e estranho reencontrar Beck e logo neste contexto. Diria que é coincidência, e com muita certeza Lisha afirmaria que é o destino, mas na verdade é apenas probabilidade e estatística, pura e simplesmente. Não há tantos terapeutas assim nos subúrbios de Boston para jovens com transtornos de ansiedade, e, para começar, o motivo pelo qual me aproximei de Beck foi ter reconhecido o som da respiração acelerada de um ataque de pânico. Então. Aqui estamos. Matemática pura. Incrível." pg-32

Eles acabam se conhecendo melhor devido a ideia da Dra. Pat de fazer terapia em grupo. Bea tem certeza que não precisa estar ali pois, como diz, é a mais "normal" do lugar. Já Beck decide ser aberto em relação as suas angustias. Em meio às sessões de grupo, as negações de Bea e as tentativas de Beck controlar seus impulsos, eles começam a ter encontros. Meio estranhos, meio constrangedores, mas misturados com um bem-estar e aceitação. Enquanto isso, somos envolvidos na mente de Bea. Com narração em primeira pessoa podemos observar de ''dentro'' como ela se sente; o que a faz desencadear os comportamentos compulsivos e como ela precisa lidar com isso. O que de fato é uma perspectiva muito instigante. É interessante ver como a autora conduz uma história em que não é preciso deixar de se relacionar ou ter uma vida. O romance de Bea e Beck é a prova disso. Claro que, como pessoas que sofrem de ansiedade, o que vemos são personagens não muito carismáticos, pelo contrario, são tímidos. E é muito mais sobre uma batalha interna para vencer seus próprios medos e crises. Na minha opinião, apesar de ser uma leitura fácil e descontraída, o livro trata de discussões muito importantes.


Quando finalmente paro em um estacionamento do Dunkin Donuts, estou um caco, tremendo e chorando. Não é bonito quando todos os meus diferentes medos começam a colidir e evoluir para um enorme monstro de ansiedade. Não consigo chegar até Austin. Tive que sair da rodovia em um cruzamento perigoso. Não consigo desligar os sons perigosos do celular. Preciso verificar o pequeno Smart Car vermelho em que posso ter batido no caminho saindo da rodovia. Estou no nove do meu nível de ansiedade e está subindo para 9,5 [...]" pg-253 

É fundamental que as pessoas que sofrem com esses transtornos saibam que não estão sozinhas. Eu falo por experiencia própria. É muito melhor ter alguém do meu lado quando tenho uma crise de ansiedade. E essa é a intenção do grupo de terapia do qual eles participam. Todos podem se ajudar a melhorar, a lidar com as emoções e com as situações de pânico.



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