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Eva, de William P. Young

15 junho 2018


Ficha Técnica:
Título: Eva | Autor: Willian P. Young | Ano: 2015 | Páginas: 202 | Idioma: português | Editora: Arqueiro


Preciso dizer logo de cara que este livro tem um caráter religioso. O autor, para quem não conhece, é o mesmo que escreveu "A Cabana", que também possui cunho religioso. "Eva" foi lançado em 2015 pela editora Arqueiro. E como é dito na própria edição o livro é "fruto de 40 anos de pesquisas, fiel aos textos bíblicos originais [...]".

Eu não procurei saber muito do que se tratava antes de começar a ler.  Fiquei um pouco decepcionada quando percebi que era algo que falava sobre religião. Mas apesar de tudo, tenho que confessar que o livro me surpreendeu em alguns aspectos. No inicio você não sabe aonde cada coisa se encaixa, mas a escrita do autor consegue prender a atenção e nos manter conectados. E apesar de mostrar sobre pontos religiosos, alguns momentos me fizeram refletir bastante sobre nosso mundo de hoje. Por ser um livro curtinho, não é uma leitura pesada, ele flui muito bem em uma tarde. 

Este é o legado que perpetuamos. Substituímos nosso desejo de união, que se origina em Deus, pelo desejo egoísta de conquista. Santificamos o dinheiro como se ele fosse o sangue da vida. Transformamos arte em propaganda e armas em instrumentos de adoração. Pelo bem de muitos, sacrificamos um. Acreditamos que os fins justificam os meios, tudo pelo bem maior; bem este que determinamos segundo nossos próprios parâmetros." pg-134 

O livro, em terceira pessoa, conta a história de Lilly, uma garota que foi escolhida para ser uma testemunha. Assim como ela, não sabemos como ou porque foi a escolhida e muito menos o que irá testemunhar. Depois de sofrer uma tragédia e ir parar em um lugar desconhecido, chamado Refúgio, algumas de suas crenças são colocadas a prova e ela afirma o tempo todo que não é digna daquilo, e não é digna do amor de Deus.




Para ser sincera, algumas partes do livro eu fiquei um pouco sem compreender, mas digo isso devido ao fato de ser bem leiga em relação a assuntos bíblicos.
Acho que acreditando ou não, sendo religioso ou não, esse livro aborda alguns pensamentos sobre os tipos de pessoas que queremos ser. Segundo o livro, Adão nos condenou por ter virado a face para Deus. Mas que apesar disso, quem decide o que queremos ser somos nós, através de nossas escolhas. Elas são nossas e não é por elas que deixamos de ser dignos do amor. Sermos capazes de fazer nossas próprias decisões é o que nos torna livres. Deus não deixa de amar Lilly, não deixa de amar Adão e nem Eva.  

    Você é um milagre maravilhoso, Eva, feita à nossa imagem e semelhança. Esta criação é a melhor de todas, e o homem é o milagre dos milagres. A criação foi concebida para compartilhar com vocês o Amor e a Vida que sempre conhecemos. Mas Nós também sempre soubemos que vocês responderiam ao nosso sim com um não.      Mas então por que se dar o trabalho de conceber a criação? [...]    Um dia, Eva, você será mãe e entenderá melhor. O verdadeiro amor não depende das escolhas do outro, mas de quem você sabe que o outro é."pg-167 

Tenho crenças diferentes das representadas e mesmo assim eu gostei bastante do que o livro tem para contar. Todos merecemos amor, seja lá o que cada um acredita. Então, para quem curte e até pra quem não curte muito leitura religiosa, vale a pena dar uma olhadinha. Além de toda a parte religiosa, nos é mostrado a tragédia que aconteceu com Lilly, que precisa se recuperar do acidente    que sofreu antes de chegar ao Refúgio    e das lembranças dolorosas de seu passado. E apesar disso, resolveu dar-se uma outra chance confiando no amor de Deus    o que podemos olhar também como o amor por si, por uma vida e um mundo melhor.

    Esse tipo de violência destrói a sua alma. Você fica sem ninguém e sem nada, e acaba achando que isso é tudo o que você merece. A culpa é sempre sua. É culpa sua se você é bonita o suficiente para ser escolhida. E é culpa sua se você não é bonita o suficiente e outra é escolhida no seu lugar. Eu fugi várias vezes, mas sempre me encontravam. Os homens me vendiam sem parar, e depois me operavam para os clientes acharem que eu era virgem."pg- 141



  



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