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| RESENHA #187 | AMOS E MASMORRAS - A SUBMISSÃO, DE LENA VALENTI

28 junho 2017


Sabe quando você pega para ler um livro despretensiosamente e ele te conquista? Eu sei que você sabe. Foi isso que aconteceu comigo com “Amos e Masmorras - A submissão”, primeiro livro de uma trilogia, escrito pela autora Lena Valenti e publicado pela Editora Universo dos Livros. Por ser um livro erótico, gênero que pouco leio, no começo fiquei receosa, mas a premissa era bastante interessante e me chamava a atenção.

Cleo é um mulher de quase trinta anos, policial da cidade de Nova Orleans, seu sonho é entrar para o FBI, pois desde pequena, ela e sua irmã, Leslie, queriam ser super heroínas e encontraram na lei, um meio de fazer isso. Acontece que Leslie já é uma agente do FBI, enquanto Cleo segue tentando entrar para o time. Em uma entrevista avaliativa para se tornar uma agente, Cleo acaba não passando, por ter um temperamento mais impulsivo, uma questão que não pode ser trazida para um agente, que deve ser centralizado e calmo. 

Apesar de não ter passado no teste, Cleo acaba reencontrando o amigo de infância de Leslie, Lion, que também é um agente do FBI. Ela sempre teve uma queda por ele, desde pequena enquanto via sua irmã dividindo momentos com ele, mas agora, anos depois, ele está ainda mais lindo e maravilhoso. Cleo não sabe, mas ela afeta Lion desde que eram adolescentes e, ao vê-la, Lion percebe que ainda nutre sentimentos intensos por ela. A partir disso, Leslie e Lion contam que vão entrar uma missão secreta e que não podem dar mais detalhes sobre o caso, mas que era muito perigoso. Cleo volta para sua cidade e continua seguindo a vida de policial. 

Um ano depois, Cleo recebe a visita de um Diretor do FBI. Acontece que a missão em que sua irmã estava, juntamente com Lion, acabou indo por um caminho que ela não imaginava e agora ela precisava se infiltrar na missão de sua irmã para tentar salvá-la. Mas para isso, Cleo precisará se aventurar em um mundo desconhecido, um mundo que não era o dela… O mundo do BDSM. Acontece que a missão em que o FBI a destinou, é relacionada a um jogo D&D de BDSM, onde casais do mundo todo vão para fazer jogos e praticarem. Cleo precisará juntamente com Lion, se infiltrar no jogo como Submissa e Amo, ou seja, os dois precisarão praticar BDSM para poderem desvendar quem é que está por trás do tráfico de pessoas que está por trás do D&D. É claro que terão que ser profissionais, mas será que os sentimentos que existem não vão atrapalhar o plano?

 ISBN-10: 8579308909
 Ano: 2015
 Páginas: 416
 Idioma: português
 Editora: Universo dos Livros
Sinopse: Em mais uma excitante série, a renomada autora Lena Valenti aborda agora as nuances do universo BDSM. Amos e Masmorras é um dos mais recentes sucessos da autora e se tornou best-seller internacional. A agente Cleo Connelly, integrante do corpo de polícia em Nova Orleans, é uma mulher atraente e destemida, que não mede esforços e impulsos na resolução dos casos que assume. Certo dia, entretanto, ela é designada para investigar, junto ao FBI, uma lucrativa rede de tráfico humano. Para cumprir a missão, ela precisará se inserir em um contexto inusitado: visitar a cena BDSM do país e participar das práticas de sodomia e dominação instituídas no torneio Dragões e Masmorras DS. Agindo como agente infiltrada, Cleo terá de pesar os limites de sua própria luxúria nesta implacável caçada, considerando também a arrebatadora atração que sente por Lion Romano, seu parceiro no caso. Mas será que, no meio do caminho, ela vai gostar de ser submissa? Renda-se aos deleites desta intrigante e sensual narrativa!
***

A complexidade das regras desse jogo de submissão me deixou de boca aberta. Não é possível que existe um RPG de BDSM baseado no Dangerous and Dragons. Se eu fosse descrever tudo, essa resenha ficaria gigante, então vou focar nos pontos principais da trama. 

Cleo é uma personagem que gostei muito desde o primeiro momento em que apareceu. É impulsiva, mas ao mesmo tempo cautelosa. É inteligente, sagaz, mas ainda assim humilde e muito legal. Procura sempre fazer o bem e buscar a justiça, além de ser determinada. Quando ela se vê desafiada a descobrir esse mundo novo, ainda mais com Lion, a personagem evolui e mostra nuances que nunca foram mostradas. O seu desenvolvido é muito bom e a autora conseguiu fazer uma personagem que já eram interessante, ficar mais ainda, porque o descobrimento do seu corpo, dos seus desejos e da sua relação com Lion foi simplesmente euforicamente legal de acompanhar. 

Lion é outro personagem que me cativou desde o primeiro instante em que apareceu. Além de lindo, ele é um agente da FBI muito importante, é inteligente, é interessante e ainda tem um sexy appeal incrível. A relação dele com seus próprios sentimentos é angustiante, visto que ele precisa ser o chefe de Cleo, para que o plano funcione, mas a cada ensinamento de BDSM a ela, ele fica mais apaixonado. Lion é considerado o King do BDSM, sendo um Amo muito respeitado. Achei as descrições dele as instruções em relação a submissão muito interessantes.

A escrita da autora é completamente fluída e viciante, a ponto de instigar o leitor cada vez mais. Além disso, ela tem o cuidado do assunto no qual ela está abordando. Sexo, BDSM, ao meu ver, precisa ser apresentado como ele é, mas ainda assim, com muito cuidado, porque afinal de contas, a leitura pode influenciar qualquer pessoa. Senti essa firmeza na autora e ela foi muito explicativa sobre o que é, sobre quem faz e até mesmo sobre o torneio.

O enredo é bem amarrado e a história é instigante. Apesar de ter um plano de fundo baseando-se no BDSM, a investigação em si é muito interessante, pois trata-se de tráfico de humanos relacionado ao torneio de práticas de bdsm. No final da história, você sente o peso e o drama dos personagens e isso é muito satisfatório, pois teremos uma continuação e queremos lê-la, porque tudo ficou em aberto, mas o que dizia a respeito desse livro, foi concluído.

Em síntese, Amos e Masmorras me conquistou. Não esperava que essa história fosse me agradar como fez, achei que seria mais uma história erótico sobre um casal que não parava de transar, mas em nenhum momento isso aconteceu. A autora conseguiu mostrar o BDSM como um lifestyle e isso me deixou bem a par de realmente como as coisas funcionam. Não indico o livro para quem não gosta de ler cenas de tortura ou cenas escrachadas de sexo.No entanto, vale a pena conferir se você quer ler um romance erótico de qualidade.


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