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Pain.

24 agosto 2014

Por que a solidão se tornou minha grande aliada e amiga?

Bem, quando se tem vários problemas a se resolver e não há nenhum solução imediata, há apenas dor e sofrimento, você acha que tudo acaba se tornando pesado demais para aguentar. Você se pega em meio ao desespero, com aquela vontade de colocar um fim em tudo isso, você sabe que pode, mas você não o faz. E por que não? Talvez durante o caos, é que vemos com toda a clareza o nosso sofrimento e que ele é irremediado, a não ser que você tenha uma boa dose de tequila e alguns baseados. A questão é que, quando você sente vontade de por toda a sua dor para fora, você só pensa em um alternativa, esquece que sempre há opções, que sempre haverá uma escolha e que só cabe a você saber qual é a melhor. Obviamente, a dor é algo que raramente da para ser descrita, normalmente ela parece tão calma, assim como as profundezas do oceano, mas quando as placas se agitam, o tumulto reina e aquilo que antes estava inativo, se desperta e se torna grande, se mostra grande, it's big.

Do que nos serve o caos? Do que nos serve essa confusão mental, esse cansaço e toda essa dor? Os mais otimistas diriam que devemos tirar as coisas boas disso tudo e que devemos aprender com essa fase, mas eu - como pessimista de carteirinha - digo, qual é o problema em aceitar o caos que está dentro de nós? Qual é o problema em aceitar que as coisas não andam bem e que podem não (e provavelmente não) melhorar? Aceitação. A dor é confusa e nos faz mal sim. Não é uma tarefa fácil. Por isso, eu considero que os que sofrem tanto, são os mais fortes que eu conheço. Porque acreditam. Cruzar a linha da vida e por um fim em tudo é muito fácil e em fração de segundos pode ser feito, mas essas pessoas lutam contra isso diariamente, tentando achar uma saída, uma solução para todo o sofrimento que sentem. Ainda há aquela esperança no fundo do peito de que tudo vai melhorar, você tenta se convencer disso, você tenta colocar na sua cabeça, mas nada é claro e limpo o suficiente para enxergar melhoria. É o caos, e ele reina.

É como se dentro da sua cabeça fosse apenas trovoadas, fosse apenas a tempestade. E você esquece que depois dela, o sol normalmente aparece. Mas somos impacientes demais para esperar. E talvez seja por isso, que eu gosto tanto da solidão. Eu não preciso dar satisfações sobre a minha dor para ela, ela me oferece entretenimento, coca cola e alguns salgadinhos. A dor é real, e eu sei que ela não vai embora tão cedo, conheço a cura dela e  - no momento - ela está bem longe de mim. Diante disso, por que não desfruta-la? É como fazer uma maratona de Grey's Anatomy, você sabe que tem um fim, mas vocês custa a acreditar e tenta assistir os episódios da maneira mais lenta possível, porque tem medo de que no final, apenas o vazio verdadeiro sobre. E nada se compara a dor do vazio.

Comentários
1 Comentários

Um comentário :

  1. Sim, Anne Schopenhauer. Mas o vazio também é iluminação para os que dele retornam.

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